quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Reflexão de uma infância feliz

Boneca Chuquinha. Eu ainda tenho!

É engraçado como algumas coisas mudam. Quando eu era criança (período entre as décadas de 80 e 90) minha mãe dizia: “Você não sabe o que é brincar… A sua infância é bem diferente do que foi a minha”. Hoje, com os meus vinte e poucos anos, ainda sem filhos e marido, parei para pensar como foi ser ‘pimpolha’.

A minha infância foi saudável. Eu não sofria influência do mundo virtual. Eu via TV, brincava com os amiguinhos e sonhava em ser Paquita da Xuxa, descer da nave espacial e copiava algumas tendências da moda, principalmente, quando a Rainha dos Baixinhos lançava algum acessório, eu enlouquecia.

Fora isso, quando eu abria o portão da casa dos meus avós maternos, um novo mundo surgia. Deparava-me com meninos brincando com os carrinhos de rolemã, bolinha de gude, álbum de figurinhas, imitavam Jaspion, He-Man ou realizavam grandes disputas de futebol de botão. Já as meninas eram puro romantismo: jogavam saquinho, brincavam de elástico (La-ran-ji-nha… laranjinha, laranjinha), disputavam no jogo de palavras – o Stop!, trocavam papéis de carta e os guardavam feito tesouros em uma bela pasta encapada e etiquetada com o nome, sem contar as brincadeiras de boneca, ou casinha, se preferir. Quando os meninos e meninas resolviam brincar juntos, não tinha tanta malícia. Queimada, Mico, Telefone sem fio, Beijo-Abraço-Aperto de Mão, Pega-Pega, Esconde-Esconde… Nossa! Que tempo bom!

Tirando as brincadeiras inocentes, de quando eu era criança, eu também via TV. Xou da Xuxa, Rá-Tim-Bum, Glub-Glub, seriados japoneses, Os Trapalhões, Casa da Angélica, Bozo e até mesmo a novela Carrossel. Tudo era mágico! Estes momentos únicos diante da telinha mexiam demais com a minha fértil imaginação.

Além destas lembranças, às vezes, me pego recordando também os sabores da minha infância: Eu adorava aquele pirulito chamado DIP N LINK, parece que ainda sinto o gosto do GUARANÁ BRAHMA, o sabor tutti-frutti que saía rápido dos CHICLETES PLOC…

Mas daquele passado restaram as memórias de um tempo feliz, dando espaço as comparações e mudanças do momento presente: o LP e a Fita Cassete deram espaço ao CD, o walkman foi o precursor dos MPs da vida, o Atari saiu de mercado e vieram os Nintendos, Playstations, a câmera fotográfica virou peça de museu e o que era artigo de vários álbuns a serem vistos, hoje estas imagens feitas por máquinas digitais ocupam espaços nos HDs ou são demonstradas em alguma rede social.

Após estas singelas comparações com gosto de saudade, não posso deixar de registrar o que vejo. Hoje, os meninos são criados para serem os “predadores”, as meninas as “presas”. Estas mesmas crianças que desde pequeninos já sabem sobre beijo, sexo, drogas, armas, como desrespeitar e afrontar os pais. Infelizmente, não encontro mais disputa por figurinhas, muito menos, meninas com bonecas ou panelinhas para brincar de “comidinha”… 

Então, ao relembrar fatos deliciosos da minha infância, questiono-me: Como será a infância dos meus filhos? Qual será o contexto em que eles viverão? Será que direi as mesmas coisas que meus pais me disseram? Isso me dá um medo…

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