quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Programação da TV e a falta de conteúdo cultural

A TV brasileira perdeu sensatez e ensina de tudo, menos educação com qualidade. 

Quantas vezes você se deparou apertando os botões do controle da TV e não encontra nada interessante? Quantas vezes você discutiu sobre a programação da telinha? Com base nestas interrogativas, redijo este artigo, lastimando o declínio cultural nos canais da TV aberta. 

Então, imagine o seguinte perfil: chefe de família que trabalha 44 horas semanais e nas poucas horas de lazer, assiste televisão. Ao ligá-la, você nota uma programação de péssima qualidade, que não irá lhe acrescentar nada. E quando você percebe, sua atenção está voltada para as novelas, jornais sensacionalistas, reality shows, propagandas ou quadros religiosos, que ali vendem até a salvação. Para piorar, ainda há momentos em os políticos que se utilizam de horários da telinha, como uma tribuna livre. 

É claro que coisas assim são passíveis de acontecer. Afinal, a televisão é feita por pessoas. Mas, não é sempre que seu conteúdo seja real. Talvez, por existir muitos interesses individuais ou de grupos que estão vinculados por trás da televisão.  

Hoje, o brasileiro vem sendo doutrinado pela TV, sem o menor senso crítico, aceitando os interesses que ela defende. Desta forma, não se vê programas culturais, que transmitem algum tipo de conhecimento. Pelo contrário, vemos desenhos animados violentos, com monstros cibernéticos, robôs com arsenais de armas, sem falar da programação não-infantil a que as crianças acabam submetidas.  Até mesmo desenhos inocentes como o Pica Pau ou Tom e Jerry contêm certo grau de apologia à violência. Outro ponto que a TV propaga como cultura nos últimos anos é a do “culto ao corpo”. Este fator se tornou uma preocupação geral que atinge as mais diferentes classes sociais e faixas etárias. Na televisão, modelos perfeitos surgem durante toda programação e nos intervalos comerciais, “vendendo” fórmulas de sucesso. 

Sendo assim, posso dizer que a programação da TV Aberta é ruim. O que deveria informar, criar opiniões, educar e promover entretenimento com seriedade e credibilidade, deixa a desejar. Tudo pela briga patética por altos índices de audiência. O ex-presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas, João Luiz Silva Ferreira, mais conhecido como Juca Ferreira, durante entrevista para a Revista Caros Amigos, comenta que a qualidade da TV brasileira é baixa, confirmando o que foi mencionado de uma maneira sucinta. “A gente incorporou a TV como parte da política cultural. Não só a TV pública como a TV privada também. A convergência digital, dos diversos suportes e mídias tem permitido que a gente pense para além da produção do cinema, que a gente pense a produção do audiovisual. Esses conteúdos migram de uma tela para outra, então é do nosso interesse, é talvez o meio mais popular, um dos mais importantes. Mas a qualidade da televisão brasileira é muito baixa. A nossa tradição é mais da TV de entretenimento, e não satisfaz as necessidades da população. Então é preciso contribuir para a elevação do padrão, seja através da TV pública, seja através de estimular que as TVs privadas avancem sua programação, sua grade para coisas mais qualificadas”. 

Seria ideal se o povo brasileiro tivesse educação suficiente para cobrar por uma programação de melhor qualidade. Esses programas acanham a inteligência das pessoas, além de desrespeitar qualquer manifestação de uma possível cultura e educação libertadora que esteja fora dos padrões pregados pela elite. 

Observação: Este artigo eu escrevi para um amigo. Resolvi postá-lo.

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