terça-feira, 19 de junho de 2012

Reciclagem

Peço licença ao Jornal Tribuna e ao Portal Tribuna Região, para inserir neste post uma reportagem que fiz em 2008, cujo assunto é Reciclagem. Sinto que devo postá-la. E assim eu farei. Veja:


Foto - Arquivo pessoal

Jaboticabal produz diariamente cerca de 40 toneladas de lixo por dia, sendo que 50% é reciclável. Parte dessa quantidade é destinada a Usina de Reciclagem, que aproveita somente 20%, por falta de recursos.

Sendo assim, a população fica distante da possibilidade de resolver, um problema visto como um dos grandes vilões da atualidade.

Para tentar solucionar o problema, é necessário cumprir uma regra que pode ter o nome de 3Rs (Reduzir, Reutilizar, Reciclar), mas quando o consumo total é inevitável, a separação do material reciclável é uma das formas de ajudar a amenizar  o que vai para os aterros sanitários, porque este destino é inadequado e prejudica o ser humano e o meio onde vive.

A conscientização é o primeiro passo, pois se as pessoas souberem que o lixo produzido diariamente nas cidades brasileiras é composto por materiais recicláveis que podem ser reaproveitados na confecção de novas matérias-primas para a fabricação de outros produtos, muitas doenças poderiam se tornar extintas. Porém, quando existe o desejo de separar o lixo, muitas vezes surge a dúvida sobre o que vai ou não para a reciclagem. Embalagens de alimentos, caixas de leite longa-vida, garrafas plásticas, latinhas de refrigerante, baterias de celular entre outros são materiais descartáveis, mas que podem sim, voltar ao uso através da reciclagem.

Um bom exemplo de conscientização e iniciativa é a parceria da Associação dos Contabilistas (ACJ) e Prefeitura Municipal de Jaboticabal, que estão realizando uma campanha permanente do lixo reciclável e eletrônico.

A prefeitura cede os trabalhos da Cooperativa de Reciclagem, e a Associação, o espaço para o armazenamento de produtos como  lâmpadas fluorescentes, pilhas e lixo eletrônico, como salienta o presidente da ACJ, Paulo Lima “embora exista a lei que obrigue o comerciante a devolver aos fabricantes  este tipo de lixo, como por exemplo, baterias de celular inutilizada, sabemos que na prática isto não acontece, até por falta de espaço das lojas para armazená-lo, então ele geralmente é descartado junto com lixos comuns, o que pode ocasionar contaminação ambiental.

Esta campanha consiste em colaborar com meio ambiente e beneficiar pessoas que vivem da reciclagem. A coleta é realizada todas as terças-feiras na sede da ACJ. “Com esta parceria, os lojistas e cidadãos de Jaboticabal que participarem tem a garantia de que está colaborando com o meio ambiente e que este material será remetido aos fabricantes”, afirma.

Paulo diz ainda que “todos devem participar ativamente e em caráter permanente, remetendo para a sede localizada na Via Paulista, 29, o seu lixo reciclável ou eletrônico”.

Em contrapartida a esta iniciativa,  em Jaboticabal não tem coleta seletiva que funcione no mínimo corretamente, como afirma Adilson Roberto Griccio, do setor de coletas do C.O.M.(Centro Operacional Municipal). “A coleta é feita diariamente, apenas em grandes geradores, como por exemplo, na área industrial e em condomínios”, a confirmação de Griccio é reforçada pela declaração do ambientalista e professor Luciano José Marafante que  afirma “a ausência da coleta seletiva é um retrocesso, pois a cidade tinha este serviço no município. Se houvesse um trabalho forte de coleta seletiva, seria menor o gasto operacional com o Aterro Sanitário, tendo por conseqüência, maior utilidade da células”.

O que pode reciclar
A reciclagem é importante, pois ao separar todo lixo produzido, estamos evitando a poluição e impedindo que o material reutilizável se misture aos restos de alimentos, facilitando assim seu reaproveitamento pelas indústrias.
No município, o trabalho informal dos catadores, ajudam a retirar das ruas, o lixo reciclável. Com isso, algumas donas de casas, passaram a separar o material facilitando a vida dos recicladores, que usam deste serviço como um meio de sustento familiar.

A dúvida é: o que reciclar? Qualquer embalagem de vidro, papéis de todo tipo, latas (de óleo, salsicha, leite em pó etc.), materiais de alumínio e aço (talheres, armações de óculos etc), embalagem de marmitex,
chapas de metal e papel alumínio (limpo, sem  resíduo orgânico como restos de comida). Materiais feitos em PVC rígido, (canos), materiais descartáveis (copos, pratos, potes e embalagens plásticas inclusive com as tampas, tubo de creme dental, sacos plásticos (como de leite, arroz, sacolinhas, plástico, filme etc),  garrafas pet e até CDs e DVDs.

Tempo de decomposição dos recicláveis que geralmente são descartados na natureza
 Papel  -  de 3 meses a décadas
O papel é composto por uma substância de nome Lignina, que dá rigidez às células vegetais. Ela não se decompõe facilmente, pois suas moléculas são maiores do que as bactérias que as destroem. Num lugar úmido, o papel leva no mínimo três meses para sumir, em local seco, leva ainda mais tempo. Além disso, um papel absorvente dura vários meses. Jornais por exemplo, podem permanecer intactos por décadas.

Latas como de Refrigerante -   Nunca
Boa parte dos refrigerantes são vencidos em latas de alumínio que não é corrosiva em contato com a chuva, pois não oxida como latas de metais e aço como de óleo, seletas, leite condensado, etc, que se desintegra em uns dez anos.

Bitucas de Cigarro de 1 a 2 anos
Um cigarro pode demorar de um a dois anos para se decompor, tempo em que as bactérias e fungos digerem o acetato de celulose existente no filtro. Jogar um cigarro sem filtro no campo é menos nocivo, uma vez que o tabaco e a celulose levam quatro meses para sumir. Contudo, se jogado no asfalto, o tempo de vida da bituca é maior.

Sacolinhas - Copos Descartáveis - mais de 100 anos
Sacos de arroz, leite, garrafas plásticas, copos e caixas de leite longa vida  - mais de 100 anos
Graças a boa qualidade do plástico, sua durabilidade e resistência à umidade e aos produtos químicos impedem sua decomposição. Como esse material existe há apenas um século, não é possível determinar seu grau de biodegradação, mas estima-se que uma garrafa de plástico demoraria centenas de anos para desaparecer.

 Embalagens de vidro - 4000 anos
O vidro não se biodegradará jamais. Sua resistência é tamanha, que arqueólogos encontraram utensílios de vidro do ano de 2000 a.C. Por ser composto de areia, sódio, cal e vários aditivos, os microorganismos não conseguem comê-lo. Um recipiente de vidro demoraria 4.000 anos para se desintegrar pela erosão e ação de agentes químicos.

Chiclete - 5 anos
O chiclete é destruído pela luz e pelo oxigênio do ar, que o faz perder a elasticidade e a viscosidade. O processo pode durar até cinco anos. Caso ele grude na sola do sapato é mais rápido devido ao desgate de uso da sola.

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